sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O NEVOEIRO (2007)



Uma das melhores adaptações de Stephen King foi dirigida por Frank Darabont, que já havia dirigido outros filmes baseado nos livros de King, como Um Sonho de Liberdade (1994) e À Espera de um Milagre (1999), ambos do gênero drama. Dessa vez, Darabont adapta uma história de terror. O Nevoeiro, título original em inglês The Mist, foi lançado em 2007 e nos trouxe uma história amedrontadora e ao mesmo tempo recheada de mistérios. O filme é estrelado por Thomas Jane, Marcia Gay Harden, Laurie Braugher e Toby Jones.

Sinopse: Depois que uma violenta tempestade devasta a cidade de Maine, David Drayton (Thomas Jane), um artista local e seu filho de 8 anos correm para o mercado, antes que os suprimentos se esgotem. Porém, um estranho nevoeiro toma conta da cidade, deixando David e um grupo de pessoas presas no estabelecimento, entre essas pessoas tinha um cético forasteiro e uma fanática religiosa. David logo descobre que o nevoeiro esconde algo sobrenatural e que sair do mercado pode ser fatal para as pessoas. Mas conforme o grupo tenta desvendar o mistério, o caos se instala e fica evidente que as pessoas dentro do mercado podem tornar-se tão ameaçadoras quanto às criaturas do lado de fora.


Uma coisa interessante de notar nesse filme é a falta de informação sobre o que estava acontecendo. Quando as pessoas percebem que existe alguma coisa no nevoeiro, a fanática religiosa (Marcia Gay Harden) já começa com seus discursos apocalípticos, convencendo as pessoas de que aquilo se trata da ira de Deus sobre os homens. Há outras pessoas que acham que não tem nada de fatal no nevoeiro, e fica nessa disputa de opiniões, até que em uma garagem, alguns homens, incluindo David abrem o portão e tentáculos enormes se instalam agarrando um garoto, matando-o de forma brutal.

As criaturas do filme são assustadoras, tanto as pequenas quanto as grandes, chegando a um determinado momento do filme, quebrar os vidros do mercado e invadindo o local durante a noite, atacando algumas pessoas. Parecia que o filme traria aquele suspense relacionado aos ataques das criaturas do nevoeiro, mas não. Na verdade, o longa aborda muito mais o confinamento das pessoas dentro daquele estabelecimento. Entre os céticos e a fanática religiosa, há um clima de disputa e controvérsias a respeito do que estava acontecendo. 


A religiosa obtém muita vantagem, principalmente depois de uma criatura pousar nela, e não a ferir, fazendo com que algumas pessoas acreditassem que ela é uma enviada de Deus para salvar suas almas. A situação mais revoltante acontece quando o fanatismo ultrapassa os limites, começando a sacrificar algumas pessoas como uma espécie de expiação, como no caso de alguns oficiais que comentam entre si, os experimentos que eram feitos em um laboratório ali nas redondezas, nos dando uma possível explicação sobre as causas do nevoeiro. Nisso, a religiosa comanda um julgamento de um dos oficiais, condenando-o pela catástrofe que estava acontecendo, dando a sentença de morrer pelas criaturas.


O Nevoeiro é uma história de terror, mas levando para o lado ideológico, que acaba motivando as pessoas a cometerem atos de violência, apenas por que acreditava que isso iria trazer paz. Extremismo? Poderia dizer que sim, afinal durante toda a história da humanidade, os atos de extremismo sempre foram motivados pela religião, e o filme faz uma crítica quanto a isso. Por isso, é importante mencionar que as criaturas são como coadjuvantes, que seus ataques não são o principal foco do filme, o centro das atenções são os personagens de diferentes opiniões que discutem durante o filme todo, foi exatamente essa a proposta do filme, não um terror onde haveria apenas a luta contra os monstros. Ele deixa bem claro que o verdadeiro terror é o próprio ser humano, e ainda faz a abordagem sobre como ele reage a esses medos.

Falando das criaturas, eu achei que foram bem criativas. Mosquitos gigantes, aranhas, e todo tipo de inseto que se possa imaginar bem construído, além das criaturas gigantes, todos eles com habilidades mortíferas. Se bem que algumas pessoas tenham exigido mais aparições desses bichos, mas isso era apenas um aperitivo para a violência e o medo psicológico que iria ocorrer nas dependências daquele mercado. E sobre o final do filme, há diferentes opiniões sobre ele. Alguns odiaram, outros acharam o final ruim, e tem pessoas que gostaram e tem outros que amaram o desfecho. Eu particularmente gostei, apesar de ser um soco no estômago, ele foge daqueles clichês, e isso foi louvável. 


Vou dizer o que acontece, se você que não viu o filme e ainda tá aqui, pare de ler agora mesmo! David, seu filho, um casal de idosos e uma professora conseguem sair do mercado e estão no carro em busca de ajuda, quando o carro quebra, ainda no meio do nevoeiro, eles acreditam que tudo acabou e que não há meios de sobreviver. Assim eles combinam suicídio, usando a arma da professora que tinha quatro balas, então David mata o casal de idosos, a professora e até mesmo o seu próprio filho, acabando as balas do revólver, depois David sai do carro e se entrega para as criaturas. De repente, ele é surpreendido com um tanque do exército e carros cheios de sobreviventes, e depois nota que o nevoeiro estava sendo controlado. Que lástima para ele! Precipitou-se demais! Agora o sentimento de culpa irá tortura-lo a partir daí. 

Vale mencionar que um dos sobreviventes visto em um dos carros, era uma mulher que estava no mercado, e que após o nevoeiro ela implora para que alguém a acompanhe até a casa dela, onde estavam seus dois filhos pequenos, no qual estavam agora ao lado dela sãos e salvos. Realmente é um desfecho que não agrada todo mundo. Quem criou esse final foi o diretor Darabont que já o havia planejado muito antes de dirigir o filme, e Stephen King gostou da ideia. Enfim, O Nevoeiro é repleto de mistérios e situações caóticas, além de conflitos ideológicos e mortes sangrentas. Na minha opinião, uma das melhores adaptações de Stephen King. 


NOTA: 9/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

Nenhum comentário:

Postar um comentário